quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Guri



Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
 Que chegava lá Olha aí!
Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
 Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro Seu moço!
Que haja pescoço
 Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
Olha aí!
Olha aí! Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
 Chega no morro Com carregamento
Pulseira, cimento
 Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
 Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
 Prá ele me ninar
De repente acordo
 Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí! Olha aí!
 Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí! É o meu guri e ele chega!
 Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço! Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
 Desde o começo eu não disse Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí Olha aí! E o meu guri!...(3x)


Nenhum comentário:

Postar um comentário